O youtuber Felca voltou a abordar um tema delicado: o impacto da exposição precoce de crianças às telas. Em participação no programa Altas Horas, reforçou que a supervisão dos pais deve ser a primeira linha de defesa — e não apenas responsabilidade das plataformas digitais ou do Estado.
Felca destacou que algoritmos das redes sociais trabalham para prolongar o tempo de uso, o que facilita o acesso a conteúdo inadequado:
“É muito fácil uma criança sair de uma animação divertida para um conteúdo impróprio. O algoritmo trabalha para isso.”
Compartilhando sua experiência pessoal, ele contou que, aos 12 anos, expressou o desejo de produzir conteúdo online, mas foi impedido pelos pais. A decisão, hoje, considera acertada:
“Na época, eu fiquei revoltado. Não entendia por que estavam me proibindo. Hoje eu agradeço. Eu era apenas uma criança e não tinha maturidade para lidar com esse ambiente.”
Felca enfatizou que crianças e adolescentes ainda estão longe de estar aptos a lidar com as pressões digitais — como críticas, assédio e cobranças — que já desafiam muitos adultos:
“A criança não deve produzir conteúdo na internet. A exposição não é algo fácil de lidar nem para adultos, imagine para elas.”
Ele também citou dados preocupantes: crianças brasileiras passam mais do que o dobro do tempo recomendado em frente a telas, em comparação ao que orienta a Sociedade Brasileira de Pediatria. O foco excessivo no ambiente digital reduz a atenção, fragiliza a saúde mental e aumenta os riscos de contato com conteúdos inapropriados.
Por fim, o influenciador concluiu com um alerta claro:
“Se os pais não conseguem estar presentes, a internet vira um ambiente perigoso. É preciso supervisão. É preciso limite.”

